Criaturas verdes e espiões invisíveis

Resgatado dos registros ancestrais de julho de 2012. Os comentários recentes vão em itálico.

A sessão de 15 de junho foi uma viagem no tempo para mim, Mr. Flipper, porque jogamos dois jogos que me acompanham desde a adolescência.

O primeiro da noite foi o Alerta Vermelho, um wargame simplificado, com ambientação em seriado enlatado de ficção científica. O jogo acontece no interior de uma nave, a Startramp, que, no melhor estilo USS Enterprise, percorre planetas em expedições científicas. Para azar dos tripulantes, um dia algumas pedras que haviam recolhido revelam ser ovos de uma criatura monstruosa, verde, e assassina; e o jogo viraria Alien, o Oitavo Passageiro se não fosse por uma boa dose de humor, já que a tripulação precisa improvisar com as armas e utensílios disponíveis e torcer para causarem algum efeito nos monstros.

Isso resulta em cenas como o Enfermeiro tentar injetar um medicamento num monstro e isso fazer com que ele cresça, ou divida-se em vários pedaços amebóides (que continuam podendo atacar), ou seja paralisado, ou morra. Ou ainda pode nada acontecer, e se a arma for das mais úteis isso pode significar problemas mortais para a tripulação.

A mecânica do jogo é a de um wargame: cada personagem tem três atributos: movimentos, dados de ataque e pontos de defesa. Quando os dados de ataque dos adversários e suas armas somam mais que os pontos de defesa de um personagem, ele morre. Os monstros começam em inferioridade numérica, mas são muito fortes e resistentes. Se a tripulação não conseguir controlá-los rapidamente pode ser obrigada a fugir.

Ou seja, um jogo que, lá pelos meus 12 anos, eu jogava sozinho e me divertia, mas não tinha a menor expectativa que qualquer pessoa hoje em dia topasse jogá-lo comigo. Meio na brincadeira eu e Mrs. Goldfish levamos o jogo e Qual Não Foi Minha Surpresa (TM) quando ele pareceu agradar ao clube.

Uma adaptação muito bem-vinda, e que remete ao segundo jogo da noite, o Interpol, pareceu agradar a todos. Originalmente o Alerta Vemelho é para dois jogadores – tripulantes contra monstros, mas por que não dar um toque de RPG e fazer com que um dos jogadores controle os monstros e todos os outros joguem pela tripulação? (Nota mental: numa outra vez poderíamos ampliar isso e dar uma raça para cada jogador)

A sessão de Alerta Vermelho foi amplamente favorável à tripulação, que após perder os tripulantes de praxe enquanto testava as armas descobriu que o extintor matava monstros com força máxima. Como o extintor tem efeito de área e pode ser encontrado em qualquer aposento da nave, o máximo que consegui fazer com meus monstros foi morrer lutando.

A segunda sessão foi de Interpol, e a estratégia de HLH como Mr. X era vencer os detetives pelo cansaço e por meio de viagens no tempo para corrigir dois erros fatais. Nossos quatro detetives ficaram nos calcanhares do malfeitor transparente a sessão inteira, mas em vão. Ao final das rodadas Mr. X nos deixou ao sul de Hyde Park e correu em direção ao Tâmisa.

Na sessão final da noite começou minha inhaca no 7 Wonders (que, salvo algum lapso, creio ainda não ter conseguido quebrar. (True. Hoje, meses depois, devo ter ganho no máximo duas partidas de, sei lá, 20) – não consigo mais ganhar uma partida, e tenho jogado muito, muito mal. Deve ter algo a ver com sentar à esquerda de ZD (desculpa esfarrapada, ontem sentei entre Mrs. Goldfish e HLH e só apanhei).

Ainda não tentamos uma nova noite de Alerta Vermelho. Já que bolamos uma estratégia colaborativa, parecida com o Interpol e com o recentemente adquirido Fury of Dracula, pode ser um bom jogo de “entrada” para uma noite com um deles.